segunda-feira, 17 de maio de 2010

The house of Night : MARCADA para ler OnLine CAPITULO 4

QUATRO
Então eu sentei na cama e tossi enquanto ouvia minha mãe fazer uma frenética
ligação para a linha de emergência do nosso psicólogo, seguida por outra igualmente
histérica ligação que iria ativar a árvore de rezas das Pessoas de Fé. Em 30 minutos nossa
casa começou a se encher com mulheres gordas e seus maridos pedofilos de olhos
pequenos. Eles me chamaram para a sala. Minha Marca seria considerada um Problema
Realmente Grande e Embaraçoso, então eles provavelmente me ungiriam com alguma
merda que com certeza ia entupir meus poros e uma espinha enorme antes deles
colocarem suas mãos em mim para rezar. Eles pediram a Deus para me ajudar a parar de
ser uma adolescente tão problemática e um problema para os meus pais. Oh, e o pequeno
problema da minha Marca tinha que ser resolvido também.
Se fosse tão simples. Eu com prazer faria um trato com Deus para ser uma boa
garota versus mudar de escola e espécie. Eu até faria o teste de geometria. Bem, ok.
Talvez não a prova de geometria – mas, ainda sim, não é como se eu tivesse pedido para
ser uma aberração. Essa coisa toda significava que eu iria ter que ir embora. O começo da
vida onde, em algum lugar, eu seria a novata. Algum lugar onde eu não tinha amigos. Eu
pisquei com força, me forçando a não chorar. A escola era o único lugar onde eu me
sentia em casa; meus amigos eram minha família. Eu apertei os pulsos e ergui a cabeça
para não chorar. Um passo de cada vez – vou lidar com isso um passo de cada vez.
Não tinha jeito deu lidar com clones do padrasto-perdedor além do tudo mais. E,
como se as Pessoas da Fé já não fossem ruim o suficiente, a terrível sessão de reza iria
ser seguida por uma igualmente irritante sessão com o Dr. Asher. Ele fazia muitas
perguntas sobre como isso e aquilo me faziam sentir. Então ele falava sobre raiva
adolescente e angustia e sobre como eram normal, mas que eu podia escolher como elas
teriam um impacto na minha vida... blá... blá... e já que isso era uma “emergência” ele
provavelmente iria querer que eu desenhasse algo que representasse minha criança
interior ou qualquer coisa assim.
Eu definitivamente tinha que sair daqui.
Que bom que eu sempre fui a “criança má” e sempre estive preparada para situações
como essa. Ok, eu não estava exatamente pensando sobre fugir de casa para me juntar
aos vampiros quando pus uma chave extra do meu carro de baixo do vaso de flor do lado
de fora da minha janela. Eu só estava considerando que eu poderia querer escapar e ir
para a casa de Kayla. Ou, se eu realmente quisesse ser má eu poderia me encontrar com
Heath no parque e me agarrar com ele. Mas então Heath começou a beber e eu comecei
a me transformar em uma vampira. Às vezes a vida não faz sentido nenhum.
Eu peguei minha mochila, abri a janela, e mais fácil que os sermões chatos do meu
padrasto-perdedor, eu sai pela janela. Eu pus meus óculos de sol e olhei ao redor. Era
apenas 4:30, e não estava escuro ainda, então eu estava feliz que a nossa cerca me
escondia dos nossos vizinhos. Desse lado da casa a outra única janela era do quarto da
minha irmã, e ela estava no treino das lideres de torcida. (O inferno deveria estar
congelando porque pela primeira vez na vida eu estava feliz por minha irmã estar
envolvida no que ela chamava de “esporte de torcer.”) Eu derrubei minha mochila
primeiro e então devagar desci pela janela, tomando cuidado para não fazer barulho
quando cheguei ao chão. Eu parei ali por vários minutos, enterrando meu rosto nos braços
para abafar o som da terrível tosse. Então me curvei em direção ao pote onde havia uma
planta de lavanda que a Vovó Redbird me deu, e deixei meus dedos encontrarem a chave
de metal que estava na grama.
O portão nem rangeu quando eu o abri um centímetro a la As panteras. Meu Bug
fofo estava onde sempre ficava – bem enfrente a nossa garagem. O padrasto-perdedor
não me deixava estacionar dentro porque ele disse que seu cortador de grama era mais
importante. (Mais importante que uma vintage VW? Como? Isso nem fazia sentido, droga,
eu acabei de soar como um garoto. Desde quando em importava com a vintage do meu
Bug? Eu devo mesmo estar Mudando.) Eu olhei para os dois lados. Nada. Eu fui para o
meu Bug, entrei, coloquei em ponto morto, e fiquei verdadeiramente agradecida por nossa
entrada ser ridiculamente longe quando meu maravilhoso carro andou silenciosamente e
suavemente pela rua. Dali eu fui para oeste e logo sai da rua das casas grandes e caras.
Eu nem olhei pelo espelho retrovisor.
Eu nem liguei meu telefone celular. Eu não queria falar com ninguém.
Não, isso não era exatamente verdade. Tinha uma pessoa que eu realmente queria
falar. Ela era a única pessoa no mundo que eu tive certeza que não ia olhar para minha
Marca e pensar que eu era um monstro ou uma aberração ou uma pessoa horrível.
Como se meu Bug pudesse ler minha mente ele pareceu virar sozinho na estrada que
levava para Muskogee Turnpike e, eventualmente, para o lugar mais maravilhoso do
mundo – a farmácia da minha Vovó Redbird.
Diferente do caminho da escola para casa, a viagem de uma hora e meia para a casa
da Vovó Redbird pareceu levar uma eternidade. Quando eu finalmente sai da estrada e
entrei na estrada de terra que levava para a casa da Vovó, meu corpo doía ainda mais do
que aquela vez que eles contrataram aquele professor maluco de Ed. Física que pensou
que deveríamos fazer oito circuitos enquanto ela balançava seu chicote para nós e ria. Ok,
então talvez ela não tivesse um chicote, mas ainda sim. Meus músculos doíam pra
caramba. Era quase seis horas e o sol finalmente estava começando a se por, mas meus
olhos ainda doíam. Na verdade, até mesmo a luz do sol fraca fazia minha pele formigar e
ficar estranha. O que me fez ficar feliz foi que era final de Outubro e finalmente tinha
ficado frio o suficiente para eu usar meu casaco da Borg Invason 4D (claro, é um Star
Trek: Next Generation que eu comprei numa viagem a vegar, e eu ocasionalmente na
época era uma grande fã), o que graças a Deus, cobria quase toda a minha pele. Antes de
eu sair do meu Bug eu procurei no banco traseiro meu velho boné para que ele cobrisse
meu rosto do sol.
A casa da minha avó ficava entre campos de flores e era protegido por grandes
carvalhos. Foi construída em 1942 pela pedra crua de Oklahoma, com uma confortável
varanda e janelas muito grandes. Eu amava essa casa. Só em subir os degraus que
levavam para a varanda me fez sentir melhor... segura. Então eu vi o bilhete no lado de
fora da porta. Era fácil reconhecer a letra bonita da Vovó Redbird: Estou no penhasco
pegando flores.
Eu toquei o papel com o suave cheiro de lavanda. Ela sempre sabia quando eu iria
visitar. Quando eu era criança eu achava isso estranho, mas quando fiquei mais velha eu
comecei a apreciar o senso extra que ela tinha. Toda minha vida eu soube que, não
importasse o que, eu poderia contar com a Vovó Redbird. Durante aqueles primeiros
meses horríveis quando mamãe casou com John eu acho que eu teria murchado e morrido
se não fosse para as escapas todo final de semana para a casa da vovó.
Por um segundo eu considerei entrar (Vovó nunca trancava a porta) e esperar por
ela, mas eu precisava ver ela, ter ela me abraçando e me dizer o que minha mãe deveria
dizer.
Não fique com medo... vai ficar tudo bem... eu vou fazer tudo ficar bem. Então ao
invés de entrar eu encontrei o pequeno caminho por entre o penhasco que me permitiria
achar ela e eu o segui, deixando a ponta dos meus dedos passar por entre as plantas mais
perto para que enquanto eu andasse elas liberassem um doce cheiro no ar ao meu redor
como se estivessem me dando boas vindas.
Parecia que fazia anos desde que eu estive aqui, embora eu soubesse que só faziam
4 semanas. John não gostava da vovó. Ele achava que ela era estranha. Eu até o ouvi
dizer a mamãe que a vovó era “uma bruxa que iria ser um problema.”
Então um pensamento incrível veio na minha mente enquanto eu parei
completamente. Meus pais não controlavam mais o que eu fazia. Eu nunca mais iria viver
com eles. John não podia mais me dizer o que fazer.
Whoa! Que incrível!
Tão incrível que tive um espasmo de tosse que me fez enrolar os braços ao meu
redor, como se eu estivesse tentando segurar meu peito. Eu precisava encontrar Vovó
Redbird, e eu precisava encontrar ela agora.

Nenhum comentário:

Postar um comentário