segunda-feira, 17 de maio de 2010

The house of Night : MARCADA para ler OnLine CAPITULO 5

CINCO
O caminho para o penhasco sempre foi íngreme, mas eu subi um zilhão de vezes,
com e sem a vovó e eu nunca me senti assim. Não era mais apenas a tosse. Não era mais
os músculos doloridos. Eu estava tonta e meu estomago estava tão ruim que me lembrava
de Meg Ryan naquele filme French Kiss: Segredos do coração depois que ela comeu todo
aquele queijo e teve aquela intolerância a lactose. (Kevin Kline é muito fofo nesse filme –
bem, para um cara velho.)
E meu nariz estava escorrendo, e eu não quero dizer só um pouco. Eu quero dizer,
eu estava limpando o nariz na manga do meu casaco (nojento). Eu não conseguia respirar
sem abrir minha boca, o que me fez tossir mais, e eu não conseguia acreditar no quanto
meu peito doía! Eu tentei lembrar o que é que matava oficialmente quem não completava
a Mudança em um vampiro. Eles tinham ataques cardíacos? Ou era possível que eles
tossissem e seus narizes escorressem até a morte?
Pare de pensar sobre isso!
Eu preciso encontrar Vovó Redbird. Se a vovó não tiver as respostas, ela vai
descobrir. Vovó Redbird entende as pessoas. Ela disse que é porque ela não perdeu
totalmente sua herança Cherokee e o conhecimento tribal de seus ancestrais as Mulher
Sábias que ela carregava no sangue. Até mesmo agora eu sorri ao pensar sobre quando o
rosto da vovó franze toda a vez que o assunto é o padrasto-perdedor (ela é a única adulta
que sabe que eu chamo ele assim). Vovó Redbird disse que é obvio que o sangue das
Mulheres Sábias pulou a filha dela, mas só porque ele foi poupado para me dar uma dose
extra de mágica Cherokke antiga.
Quando era criança eu subi esse caminho segurando a mão da vovó mais vezes do
que eu era capaz de contar. No meio da grama alta e das flores selvagens colocávamos
uma colorida toalha e fazíamos um piquenique enquanto a vovó me contava histórias das
pessoas Cherokee e me ensinava a linguagem misteriosa deles. Enquanto eu andava pelo
caminho aquelas histórias antigas pareciam dar voltas dentro da minha cabeça, como
fumaça de um fogo cerimonial... incluindo a triste história de como as estrelas se
formavam quando um cão era pego roubando milho e a tribo o matava. Enquanto o cão
uivava para sua casa no norte, a comida se espalhava pelo céu e fazia a mágica da Via
Láctea. Ou como o Grande Falcão fez as montanhas e vales com suas asas. E meu
favorito, a história sobre a jovem mulher sol que viveu no leste, e seu irmão, a lua que
vivia a oeste, e o Redbird que era a filha do sol.
“Isso não é estranho? Eu sou uma Redbird e uma filha do sol, mas estou me
tornando um monstro da noite.” Eu me ouvi falar em voz alta e estava surpresa por minha
voz soar tão fraca, especialmente quando minhas palavras pareciam ecoar ao meu redor,
como se estivesse sendo vibradas como um tambor.
Tambor...
Pensar na palavra me fazia lembrar dos debates que vovó tinha me levado quando
era pequena, e então, meus pensamentos de algum jeito tomaram vida na memória, e eu
acabei ouvindo o bater dos tambores cerimoniais. Eu olhei ao redor, apertando os olhos
contra a luz mais fraca do dia. Meus olhos estavam atordoados e minha visão estava toda
errada. Não havia vento, mas a sombra das pedras e arvores pareciam estar se
movendo... se esticando... me alcançando.
“Vovó estou com medo...” eu chorei entre uma crise de tosse.
O espírito da terra não precisa ser temido Zoeybird.
“Vovó?” Eu ouvi a voz dela me chamando pelo meu apelido, ou era um daqueles ecos
estranhos vindos da minha memória? “Vovó!” eu chamei de novo, e então fiquei parada
tentando ouvir uma resposta.
Nada. Nada a não ser o vento.
U-no-le... a palavra Cherokee para vento passou pela minha mente como um sonho
meio esquecido.
Vento? Não, espera! Não havia nenhum vento um segundo atrás, mas agora eu tinha
que segurar o chapéu com uma mão e tirar o cabelo que estava sendo jogado
selvagemente para o meu rosto com a outra mão. E então no vento eu os ouvi – o som de
muitas vozes Cherokee cantando junto com os tambores cerimoniais. Através de um véu
de cabelo e lágrimas eu vi fumaça. O cheiro doce de madeira encheu minha boca aberta e
eu senti o gosto das fogueiras dos meus ancestrais. Eu me afoguei, lutando para
recuperar o fôlego.
E então eu os senti. Eles estavam ao meu redor, formas quase visíveis tremulando
como ondas de calor se levantando do asfalto no verão. Eu podia sentir eles se
pressionarem contra mim enquanto se movimentavam com graciosidade, passos intricados
ao redor da imagem da fogueira dos Cherokee.
Se junte a nós, u-we-tsi a-ge-hu-tsa... Se junte a nós, filha...
Fantasmas Cherokee... me afogando nos meus próprios pulmões... e brigando com
meus pais.... minha vida antiga acabada...
Era demais. Eu corri.
Eu suponho que o que eles nos ensinam em biologia sobre a adrenalina tomar conta
durante todo aquele negocio de lutar-ou-lutar é verdade porque embora meu peito
parecesse que iria explodir e parecesse que eu estava tentando respirar debaixo da água,
eu corri pela trilha como se houvesse lojas no shopping dando sapatos de graça.
Procurando por ar eu continuei a subir cada vez mais – lutando para me afastar do
espírito assustador que estava ao meu redor como nevoa, mas ao invés de deixar eles
para trás eu parecia estar correndo cada vez mais para dentro do mundo da fumaça e
sombras. Eu estava morrendo? Era isso que estava acontecendo? Era por isso que eu
podia ver fantasmas? Onde estava a luz branca? Completamente apavorada, eu corri,
jogando meus braços para cima de forma selvagem como se eu pudesse segurar o terror
que estava me perseguindo.
Eu não vi a raiz que estava no meio do caminho. Completamente desorientada eu
tentei me segurar, mas todos os meus reflexos desapareceram. Eu cai com força. A dor na
minha cabeça era afiada, mas durou apenas por um segundo antes da escuridão em
engolir.
Acordar foi estranho. Eu esperei que meu corpo doesse, especialmente meu coração
e peito, mas ao invés da dor eu senti... bem... eu me senti bem. Na verdade, eu me sentia
melhor que bem. Eu não estava tossindo. Meus braços e pernas estavam incrivelmente
leves, e quentes, como se eu tivesse acabo de entrar numa banheira de hidromassagem
em uma noite fria.
Huh?
A surpresa me fez abrir os olhos. Eu estava vendo uma luz, que milagrosamente não
fez meus olhos doerem. Ao invés da luz do sol, isso era mais como a suave luz de uma
vela que parecia estar descendo. Eu sentei, e percebi que estava errada. A luz não estava
descendo, eu estava subindo!
Eu vou para o céu. Bem, isso vai chocar algumas pessoas.
Eu olhei para baixo e vi meu corpo! Eu ou aquilo ou... ou... tanto faz estava deitado
perto da ponta do penhasco. Meu corpo estava bem parado. Minha testa estava cortada e
estava sangrando bastante. O sangue pingava no chão rochoso, fazendo uma trilha de
lagrimas vermelhas caírem no coração do penhasco.
Era incrivelmente estranho olhar para mim mesma. Eu não estava com medo. Mas eu
deveria, não deveria? Isso não significava que eu estava morta? Talvez eu fosse capaz de
ver os fantasmas Cherokee melhor agora. Até essa idéia não me assustava. Na verdade,
ao invés de ter medo era mais como se eu fosse uma observadora, e nada disso pudesse
realmente me tocar. (Que nem aquelas garotas que transam com todo mundo e acham
que não vão ficar grávidas ao pegar uma DST que come seu cérebro e tal. Bem, vamos
ver em 10 anos, não é?)
Eu gostei do jeito que o mundo parecia, brilhante e novo, mas era meu corpo que
continuava a chamar minha atenção. Eu flutuei perto dele. Eu estava respirando rápido e
superficialmente. Bem, meu corpo estava respirando assim, não que não fosse eu. Eu/ela
estava pálida e seus lábios estavam azuis. Hey! Rosto branco, lábios azuis, e sangue
vermelho! Vai dizer que eu não sou patriota?
Eu ri, e percebi o quão incrível era! Eu jurava poder ver minha risada flutuar ao meu
redor como aquelas coisas fofas que você sopra de um dente de leão, só que ao invés de
ser branco era bolo-de-aniversário-de-cobertura-azul. Wow! Quem diria que bater a
cabeça e desmaiar seria tão divertido? Eu me perguntei se isso era como quando alguém
estava alto.
A risada estilo dente de leão sumiu e eu podia ouvir o barulho de água corrente. Eu
me movi mais para perto do meu corpo, percebendo que o que eu pensei que fosse uma
ferida no solo na verdade era uma rachadura estreita. A água parecia estar vindo dali.
Curiosa, eu espiei para baixo, e a brilhante linha prateada de palavras saiu da rocha. Eu
me esforcei para ouvir, e fui recompensada por um fraco, sussurro de um som prateado.
Zoey Redbird... venha até mim...
“Vovó!” Eu gritei para dentro da abertura. Minhas palavras eram púrpura enquanto
enchiam o ar ao meu redor. “É você, Vovó?”
A mistura prateada com o púrpura da minha visível voz, tornaram as palavras em um
brilhante púrpura azulado. Era um pressagio! Um sinal! De alguma forma, como os guias
espirituais do povo Cherokee tinham acreditado por séculos, a Vovó Redbird estava me
dizendo que eu tinha que entrar na rocha.
Sem hesitar, eu entrei na abertura, seguindo a trilha do meu sangue e a memória
prateada dos sussurros da minha avó até que eu cheguei no chão suave de uma espécie
de caverna. No meio do lugar uma pequena corrente de água borbulhava, dando pedaços
visíveis de som, claro e colorido como um vidro. Misturado com a cor escarlate do meu
sangue iluminava a caverna com uma luz fraca que era da cor de folhas secas. Eu queria
sentar perto da água borbulhante e deixar meus dedos tocarem o ar ao redor e brincar
com a textura da musica, mas a voz me chamou de novo.
Zoey Redbird... me siga para o seu destino...
Então eu segui a corrente até o chamado da mulher. A caverna se estreitou até se
tornar um túnel arredondado. Eu segui as curvas, em uma espiral gentil, terminando
bruscamente numa parede que estava cheia de símbolos encravados que pareciam
familiares e alien ao mesmo tempo. Confusa, eu vi a corrente bater na parede e
desaparecer. E agora? Eu deveria seguir?
Eu olhei de volta para o túnel. Nada ali a não ser luzes dançantes. Eu me virei para a
parede e senti um choque elétrico. Whoa! Tinha uma mulher sentada com as pernas
cruzadas na frente da parede! Ela estava usando um vestido branco que estava cheio dos
mesmos símbolos que estavam na parede atrás dela. Ela era fantasticamente bonita, com
um cabelo longo e liso tão preto que parecia ter luzes azuis e púrpuras, como a asa de um
corvo. Os lábios dela se curvaram quando ela falou, enchendo o ar entre nós com o poder
prateado de sua voz.
Tsi-lu-gi U-we-tsi a-ge-hu-tsa. Bem vinda, Filha. Você fez muito bem.
Ela falou em Cherokee, e embora eu não praticasse a língua nos últimos anos eu
entendi as palavras.
“Você não é minha avó!” eu falei, me sentindo constrangida e deslocada enquanto
minhas palavras se juntavam a ela fazendo padrões de brilhantes flores no ar ao nosso
redor.
O sorriso dela era como o sol nascente.
Não, Filha, eu não sou, mas eu conheço Sylvia Redbird muito bem. Eu respirei fundo.
“Estou morta?”
Eu estava com medo dela rir de mim, mas ela não riu. Ao invés disso os olhos negros
dela eram suaves e preocupados.
Não, U-we-tsi a-ge-hu-tsa. Você está longe de estar morta, embora seu espírito
temporariamente tenho sido libertado para andar pelo reino de Nunne 'hi.
“As pessoas de espírito!” Eu olhei ao redor do túnel, tentando ver rostos entre as
sombras.
Sua avó te ensinou bem, u-s-ti Dotsu-wa... pequena Redbird. Você é uma única
mistura do Jeito Antigo e o Novo Mundo – um antigo sangue tribal e o coração dos
estrangeiros.
As palavras dela me fizeram sentir frio e calor ao mesmo tempo. “Quem é você?” eu
perguntei.
Eu sou conhecida por muitos nomes... Changing Woman, Gaea, A'akuluujjusi, Kuan
Yin, Grandmother Spider, e até mesmo Dawn...
Enquanto ela falava cada nome seu rosto era transformado então eu estava tonta
com o poder dela. Ela deve ter entendido, porque ela parou e sorriu para mim, e seu rosto
voltou para a mulher que eu vi primeiro.
Mas você, Zoeybird, minha Filha, pode me chamar pelo nome que seu mundo me
conhece hoje, Nyx.
“Nyx,” minha voz era quase um sussurro. “A deusa vampira?”
Na verdade, foram os gregos antigos tocados pela Mudança que me adoraram
primeiro como a mãe que eles procuraram em sua Noite sem fim. Eu fiquei satisfeita de
chamar os descendentes deles de meus filhos a muitos séculos. E, sim, no seu mundo
esses filhos são chamados de vampiros. Aceite o nome, U-we-tsi a-ge-hu-tsa;e você
encontrará seu destino.
Eu podia sentir a Marca queimando na minha testa, e de repente eu queria chorar.
“Eu- eu não entendo. Encontrar meu destino? Eu só quero encontrar um jeito de lidar com
a minha nova vida – de fazer tudo ficar bem. Deusa, eu só quero encontrar meu lugar. Eu
não acho que sou capaz de encontrar meu destino.”
O rosto da deusa ficou suave de novo, e quando ela falou a voz dela era como a da
minha mãe, mas mais – como se ela tivesse de algum jeito juntado todo o amor maternal
do mundo em suas palavras.
Acredite em si Zoey Redbird. Eu Marquei você como uma igual. Você será minha
primeira verdadeira U-we-tsi a-ge-hu-tsa vhna-i Sv-no-yi... Filha da noite... nessa época.
Você é especial. Aceite isso sobre si e você ira começar a entender que a um verdadeiro
poder em sua exclusividade. Em você é combinada o mágico sangue de antigas e Sábias
Mulheres e Anciões, assim como um profundo entendimento do mundo moderno.
A deusa levantou e andou graciosamente em minha direção, a voz dela fazendo
símbolos prateados de poder no ar ao nosso redor. Quando ela me alcançou ela limpou as
lagrimas da minha bochecha antes de colocar meu rosto em suas mãos.
Zoey Redbird, Filha da Noite, eu nomeio você meus olhos e ouvidos no mundo hoje,
um mundo onde bem e mal estão lutando para encontrar balanço.
“Mas eu tenho 16 anos! Eu nem consigo fazer baliza! Como eu vou saber ser seus
olhos e ouvidos?”
Ela apenas sorriu serenamente. Você é velha além da sua idade, Zoeybird. Acredite
em você mesma e você encontrara um jeito. Mas lembre-se, a escuridão nem sempre
equivale ao mal, assim como a luz nem sempre trás o bem.
Então a deusa Nyx, a antiga personificação da Noite, se inclinou e me beijo na testa.
E pela terceira vez naquele dia, eu desmaiei.

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