segunda-feira, 17 de maio de 2010

The house of Night : MARCADA para ler OnLine CAPITULO 8

OITO
A parte da House of Night onde ficavam os dormitórios era do outro lado do campus,
então andamos bastante, e Neferet parecia estar caminhando devagar de propósito, me
dando bastante para fazer várias perguntas e admirar feito uma idiota. Não que eu me
importasse. Caminhar pelo enorme “castelo” e aquela aglomeração de prédios, com
Neferet apontando pequenos detalhes sobre o que era aquilo, me deu uma noção do
lugar. Era estranho, mas de um jeito bom. Além do mais, caminhar parecia normal. Na
verdade, por mais estranho que pareça, eu me sentia eu mesma de novo. Eu não estava
tossindo. Meu corpo não doía. Minha cabeça até tinha parado de doer. Eu estava
absolutamente, totalmente não pensando sobre o incidente que eu testemunhei. Eu
estava esquecendo aqui – de propósito. A última coisa que eu precisava era lidar com
eles, uma nova vida e uma estranha Marca. Então, boquete – esquecido.
Profundamente em negação em me disse que se eu não estivesse andando pelo
campus da escola em um estranho horário ao lado de uma vampira eu quase podia fingir
que eu era a mesma de ontem. Quase.
Bem, ok. Talvez nem mesmo quase, mas minha cabeça estava melhor, e eu já estava
pronta para encarar minha colega de quarto quando Neferet abriu a porta.
Lá dentro foi uma surpresa. Eu não tenho certeza o que esperava – talvez que tudo
fosse preto e assustador. Mas era legal, decorado com um azul suave e um antigo
amarelo, com um sofá confortável e várias almofadas suaves grandes o suficiente para
sentar enchendo o quarto com gigantes almofadas parecidas com M&Ms. A suave luz
vinda de vários antigos lustras de cristais fazia o lugar parecer como o castelo de uma
princesa. Nas paredes cor de creme tinha uma grande pintura a óleo, onde havia uma
mulher que parecia exótica e poderosa. Flores recém colhidas, na maioria rosas, estavam
em vasos de cristais na mesa que estava cheia de livros e bolsas e coisas bem de
adolescentes. Eu vi várias TVs de tela plana, e reconheci o som de MTV Mundo Real vindo
de uma delas. Eu olhei para tudo isso rápido, enquanto eu tentava sorrir e aparecer
amigável para as garotas que tinham ficado quietas no segundo que eu entrei no quarto e
agora estava me encarando. Bem, risque isso. Elas não estavam exatamente me
encarando. Elas estavam encarando a Marca na minha testa.
“Senhoritas, essa é Zoey Redbird. Dêem boas vindas a ela pela House of Night.”
Por um segundo eu não achei que alguém fosse dizer algo, e eu queria morrer de
mortificação. Então uma garota levantou do meio de um grupo que estava amontoado
perto de uma TV. Ela era uma loira baixa e quase perfeita. Na verdade, ela me lembrava
uma versão mais nova de Sarah Jessica Parker (que eu não gosto, alias – ela é só tão...
tão... irritante e nada naturalmente alegre).
“Olá Zoey. Bem vinda a sua nova casa.” A garota parecida com SJP sorriu de forma
quente e genuína, e ela claramente estava se esforçando para manter contato visual ao
invés de encarar minha Marca. Instantaneamente eu me senti mal sobre fazer uma
comparação negativa sobre ela. “Eu sou Afrodite,” ela disse.
Afrodite? Ok, talvez eu não tenha sido muito dura na minha comparação. Como
alguém normal poderia escolher Afrodite como seu nome? Por favor. Em falar de ilusão de
grandeza. Eu coloquei um sorriso no rosto, no entanto, e disse um alegre, “Olá Afrodite!”
“Neferet, você gostaria que eu mostrasse a Zoey o quarto dela?”
Neferet hesitou, o que pareceu bem estranho. Ao invés de responder imediatamente
ela só ficou parada ali e olhou nos olhos de Afrodite. Então, assim como tão rapidamente
o silencio tinha começado, o rosto de Neferet se quebrou em um enorme sorriso.
“Obrigado, Afrodite, isso seria ótimo. Eu sou a mentora de Zoey, mas tenho certeza
que ela se sentiria muito mais a vontade se alguém da idade dela mostrasse o caminho
para o quarto dela.”
Foi raiva que eu vi passar pelos olhos de Afrodite? Não, eu devo ter imaginado – ou
pelo menos eu teria acreditado que eu tinha imaginado se eu não tivesse aquele estranho
sentimento que me dizia ao contrario. E eu não precisei da minha nova intuição para
perceber que algo estava errado, porque Afrodite riu – e eu reconheci o som da risada.
Me sentindo como se alguém tivesse me socado no estomago eu percebi que essa
garota – Afrodite – era a que eu tinha acabado de ver com o cara no corredor!
Afrodite riu, seguido de um alegre, “É claro que eu fiquei feliz em mostrar o lugar
para ela! Você sabe que estou sempre feliz em te ajudar, Neferet,” era falso e frio como
os enormes peitos de Pamela Anderson, mas Neferet apenas acenou em resposta e então
se virou para me olhar.
“Vou deixar você agora, Zoey,” Neferet disse, apertando meus ombros. “Afrodite vai
te levar para seu quarto, e sua nova colega de quarto pode te ajudar a se aprontar para o
jantar. Eu te vejo na sala de jantar.” Ela sorriu daquele jeito quente e estilo de mãe, e eu
tive a ridícula e infantil vontade de abraçar ela e implorar a ela para não me deixar
sozinha com Afrodite. “Você ficará bem,” ela disse, como se pudesse ler minha mente.
“Você verá, Zoeybird. Tudo ficará bem,” ela sussurrou, parecendo tanto com a minha vó
que eu tive que piscar com força para não chorar. Então ela deu um rápido tchau para
Afrodite e as outras garotas, e deixou o quarto.
A porta fechou com um abafado som. Oh, diabos... eu só quero ir pra casa!
“Anda Zoey. Os quartos são para esse lado,” Afrodite disse. Ela fez um movimento
para que eu fosse com ela para subir as grandes escadas curvas que estavam a nossa
direita. Enquanto subíamos eu tentei ignorar o zunido de vozes que instantaneamente
começou atrás de nós.
Nenhuma de nós falou, e eu me sentia tão desconfortável que eu queria gritar. Ela
tinha me visto no corredor? Bem, eu certamente não ia mencionar isso. Nunca. Até onde
eu sabia nunca tinha acontecido.
Eu limpei a garganta e disse, “O dormitório parece muito bom. Eu quero dizer, é bem
bonito.”
Ela me deu um olhar lateral. “É melhor que bom ou realmente bonito; é incrível.”
“Oh. Bem. É bom ouvir isso.”
Ela riu. O som era totalmente nada agradável – quase uma risada de desprezo – e
subiu pela minha nuca como da primeira vez que eu tinha ouvido.
“É incrível aqui em maior parte por minha causa.”
Eu olhei para ela, pensando que ela deveria estar brincado, e encontrei os olhos
azuis frios dela.
“É, você ouviu direito. Esse lugar é legal porque eu sou legal.”
Oh. Meu. Deus. Que coisa bizarra para ela dizer. Eu não tinha idéia de como
responder a essa informação bem metida. Eu quero dizer, como se eu precisasse do
estresse de uma briga com a vadia Srta. Acha-que-é-tudo-isso além da mudança de
vida/espécie/escola? E eu ainda não conseguia saber se ela sabia que era eu que estava
no corredor.
Ok. Eu só queria achar um jeito de me encaixar. Eu queria ser capaz de chamar essa
nova escola de lar. Então eu decidi pegar a estrada mais segura e manter a boca fechada.
Nenhuma de nós disse mais nada. A escada levava para um corredor alinhado com
portas. Eu segurei o fôlego quando Afrodite diante de um que estava pintado com um
púrpura bem claro, mas ao invés de bater, ela se virou para me encarar. O rosto perfeito
dela de repente parecia cheio de ódio e frio e definitivamente nada bonito.
“Ok, esse é o negocio, Zoey. Você tem essa estranha Marca, então todos estão
falando sobre você e se perguntando qual o que diabos você tem.” Ela virou os olhos
mexeu nas suas perolas dramaticamente, mudando a voz para que parecesse boba e fofa.
“Ooooh! A garota nova tem uma Marca totalmente preenchida! O que isso poderia
significar? Ela é especial? Ela tem poderes fabulosos? Oh meu – oh meu!” Ela derrubou as
mãos da garganta e estreitou os olhos em minha direção. A voz dela ficou tão chata e
maldosa quanto seu rosto. “Fique sabendo como as coisas funcionam. Eu sou a tal por
aqui. As coisas funcionam do meu jeito. Você quer se dar bem aqui, então é melhor se
lembrar disso. Caso contrário, você vai ter muitas merdas.”
Ok, ela estava começando a me irritar. “Olha,” eu disse. “Eu acabei de chegar aqui.
Eu não estou procurando problemas, e eu não tenho controle sobre o que as pessoas
estão dizendo sobre a minha Marca.”
Os olhos dela se estreitaram. Ah, merda. Eu teria mesmo que brigar com essa
garota? Eu nunca estive numa briga em toda a minha vida! Meu estomago se girou e eu
me preparei para me fugir ou o que fosse que me impedisse de apanhar.
E então, tão rapidamente quanto ela tinha ficado assustadora e odiosa, o rosto dela
relaxou em um sorriso e ela se transformou de volta na doce garotinha loira. (Não que eu
tivesse sido enganada.)
“Bom. Só queria saber se a gente tinha se entendido.”
Huh? Eu entendi que ela esqueceu de tomar seus remédios, mas foi só isso que eu
entendi.
Afrodite não me deu tempo para dizer nada. Com um ultimo, estranho e quente
sorriso, ela bateu na porta.
“Entre!” falou uma voz alegre com um sotaque Okie* (*de Oklahoma). Afrodite abriu
a porta.
“E aí! Oh meu Deus, entre.” Com um enorme sorriso, minha nova colega de quarto,
também loira, se apressou como um pequeno tornado. Mas no instante que ela viu
Afrodite, o sorriso dela sumiu do rosto e ela parou de correr na nossa direção.
“Eu trouxe sua nova colega de quarto.” Não teve nada tecnicamente errado com as
palavras de Afrodite, mas o tom dela era odioso e ela estava usando um terrível e falso
sotaque de Oklahoma. “Stevie Rae Johnson, essa é Zoey Redbird. Zoey Radbird, essa é
Stevie Rae Johnson. Pronto agora todas estamos todas aconchegadas como milho na
espiga?”
Eu olhei para Stevie Rae. Ela parecia um pequeno coelho apavorado.
“Obrigado por me trazer até aqui, Afrodite.” Eu falei rapidamente, me movendo em
direção a Afrodite, que automaticamente foi para trás, o que a colocou de volta no
corredor. “Vejo você por aí.” Eu fechei a porta na cara dela quando o olhar de surpresa
dela estava começando a virar raiva. Então eu me virei para Stevie Rae, que ainda estava
pálida.
“Qual o problema dela?” eu perguntei.
“Ela... ela...”
Embora eu não a conhecesse, eu conseguia perceber que Stevie Rae estava lutando
sobre o quanto ela deveria ou não dizer. Então eu decidi ajudar ela. Eu quero dizer,
iríamos ser colegas de quarto. “Ela é uma vaca!” eu disse.
Os olhos de Stevie Rae ficaram enormes, e então ela riu. “Ela não é muito legal, isso
é verdade.”
“Ela precisa de ajuda farmacêutica, isso é verdade,” eu acrescentei, fazendo ela rir
ainda mais.
“Eu acho que vamos nos dar bem, Zoey Redbird,” ela disse ainda sorrindo. “Bem
vinda a seu novo lar!” Ela deu uma passo para o lado e então fez um gesto com o braço
para mostrar o quarto, como se tivesse me mostrando um palácio.
Eu olhei ao redor e pisquei. Várias vezes. A primeira coisa que eu vi foi o pôster
tamanho real de Kenny Chesney que estava entre as duas camas e o chapéu de cawboy
que estava em uma das cabeceiras – a que também tinha um jeito antigo – parecendo
uma lâmpada com uma base em formato de bota de caubói. Oh, nu uh. Stevie Rae era
uma Okie total!
Então ela me deu um enorme abraço de olá, me lembrando o quanto ela parecia um
filhotinho, com o cabelo encaracolado e o sorriso no rosto. “Zoey, estou feliz que esteja se
sentindo melhor! Eu estava tão preocupada quando ouvi que você tinha se machucado.
Estou realmente feliz que você finalmente esteja aqui.”
“Obrigado,” eu disse, ainda olhando para o que agora era meu quarto também, e me
sentindo totalmente sobrepujada e prestes a chorar de novo.
“É meio assustador, não é?” Stevie Rae estava me observando com grande e sérios
olhos azuis, que estavam cheios de lagrimas simpatéticas. Eu acenei, sem confiar na
minha voz.
“Eu sei. Eu chorei toda a primeira noite.”
Eu engoli minha lagrimas e perguntei, “A quanto tempo você está aqui?”
“Três meses. E, cara, eu fiquei feliz quando eles me contaram que eu iria ter uma
colega de quarto!”
“Você sabia que eu estava vindo?”
Ela acenou vigorosamente. “Oh, sim! Neferet me disse ante ontem que o Rastreador
tinha sentido você e iria te Marcar. Eu pensei que você estaria aqui ontem, mas daí eu
ouvi que você tinha sofrido um acidente e sido levada para a clinica. O que aconteceu?”
Eu suspirei e disse, “eu estava procurando minha avó e cai e bati a cabeça.” Eu não
estava tendo o estranho sentimento que me dizia para manter a boca fechada, mas eu
não tinha certeza do quanto dizer a Stevie Rae ainda, e eu fiquei aliviada quando ela
acenou como se entendesse e não fez mais perguntas sobre o acidente – ou mencionou o
fato da minha Marca ser completamente colorida.
“Seus pais surtaram quando viram que você foi Marcada?”
“Totalmente. Os seus não?”
“Na verdade, minha mãe ficou legal. Ela disse que qualquer coisa que me tirasse de
Henrietta era uma coisa boa.”
“Henrietta, Oklahoma?” eu perguntei, feliz por mudar para um assunto que não era
sobre mim.
“Infelizmente, sim.”
Stevie Rae sentou na cama em frente ao pôster de Kenny Chesney e fez menção
para mim sentar na frente dela. Eu sentei, e então senti um pequeno choque de surpresa
quando percebi que estava sentada do meu acolchoado legal rosa e verde da Ralph
Lauren. Eu olhei para a pequena mesa de carvalho e pisquei. Ali estava o meu irritante, e
feio alarme, meus óculos de nerd, para quando eu estava cansada de usar lentes, e a foto
da vovó e eu no ultimo verão. E na prateleira atrás do computador do meu lado do quarto
eu vi minha coleção de livros Gossip Girls e Bubbles (junto com alguns dos outro favoritos,
Drácula de Bram Stoker – o que era um pouco irônico), alguns CD´s, meu laptop, e – o
meu Deus do céu – meu figurino dos Monsters Inc. Que incrivelmente vergonhoso. Minha
mochila estava no chão perto da minha cama.
“Sua avó trouxe suas coisas para cá. Ela é bem legal,” disse Stevie Rae.
“Ela é mais que legal. Ela é brava como o inferno por ter enfrentado minha mãe e o
estúpido marido dela para tirar essas coisas para mim. Eu só consigo imaginar a super
dramática cena que minha mãe fez.” Eu suspirei e então balancei a cabeça.
“É, eu acho que tenho sorte. Pelo menos minha mãe ficou tranqüila com tudo isso,”
Stevie Rae apontou para o tracejo da lua crescente na testa. “Mesmo que meu pai tenha
perdido a cabeça, já que eu era sua única filhinha e tudo mais.” Ela suspirou e então riu.
“Meus três irmãos acharam que era tão incrível e queriam saber se eu podia ajudar eles a
conseguir garotas vampiras.” Ela virou os olhos. “Garotos estúpidos.”
“Garotos estúpidos,” eu repeti e sorri para ela. Se ela achava que garotos eram
estúpidos ela e eu iríamos nos dar bem.
“Mas agora estou tranqüila com tudo isso. Eu quero dizer, as aulas são estranhas
mas eu gosto delas – especialmente a aula de Tae Kwan Do. Eu meio que gosto de chutar
bundas.” Ela sorriu de forma travessa, como um pequeno elfo loiro. “Eu gosto do
uniforme, o que a principio totalmente me chocou. Eu quero dizer, é esperado que alguém
goste de uniformes de escola? Mas podemos acrescentar coisas para fazer eles ficarem
únicos, então eles não parecem uniformes metidos, típicos de escolas. E tem uns caras
seriamente gostosos aqui – mesmo que garotos sejam estúpidos.” Os olhos dela
brilharam. “Principalmente estou apenas tão feliz por estar longe de Henrietta que eu não
me importo com as outras coisas, mesmo que Tulsa seja meio assustador por ser tão
grande.”
“Tulsa não é assustadora,” eu disse automaticamente. Ao contrario de muitos
garotos do subúrbio de Broken Arrow, eu na verdade conhecia Tulsa, graças ao que a
vovó gostava de chamar de “viagem de campo” que eu fazia com ela. “Você só tem que
saber aonde ir. Tem uma grande galeria onde você pode fazer sua própria bijuteria na
cidade baixa na Rua Brady, e do lado disso tem a Lola at the Bowery – ela tem a melhor
sobremesa da cidade. A Rua Cherry também é legal. Não estamos longe de lá agora. Na
verdade, estamos perto do incrível Museo Philbrook e a Utica Square. Tem alguns
excelentes shoppings lá e-“
De repente eu percebi o que eu estava dizendo. Os vampiros adolescentes não
tinham que se misturar com os adolescentes normais? Eu procurei na memória. Não. Eu
nunca vi garotos com luas crescentes andando por Philbrook ou Utica Gap ou a Bananaa
Republic ou a Starbucks. Eu nunca os vi no cinema. Diabos! Eu nunca nem vi um garoto
vampiro até hoje. Então eles nos manteriam trancados aqui por 4 anos? Me sentindo um
pouco sem ar e claustrofóbica eu perguntei, “A gente sai daqui alguma vez?”
“Sim, mas tem todo tipo de regra que você tem que seguir.”
“Regras? Como o que?”
“Bem, você não pode usar nenhuma parte do uniforme da escola-“ Então ela surtou.
“Merda! Isso me lembrou. Temos que nos apressar. O jantar é em alguns minutos e você
precisa se trocar.” Ela pulou e começou a procurar pelo closet que era no meu lado do
quarto, falando comigo por cima dos ombros o tempo todo.
“Neferet mandou entregar algumas roupas aqui ontem a noite. Não se preocupe
como o tamanho ser o certo. De algum jeito eles sempre sabem qual o tamanho antes de
nós verem – é meio bizarro como os vampiros adultos muito mais do que deveriam. De
qualquer forma, não se assuste. Eu falei serio quando disse que os uniformes não são tão
horríveis quanto você imagina que sejam. Você realmente pode adicionar suas próprias
coisas nele – como eu.”
Eu olhei para ela. Eu quero dizer, olhei mesmo para ela. Ela estava usando uma
jeans Roper. Você sabe, aquele tipo de jeans de tamanho por idade que são muito
apertadas e não tem bolso traseiro. Como alguém pode achar que não ter bolso e ser
apertado e bonito, eu honestamente nunca entendi. Stevie Rae era totalmente magra, e a
calça até fazia a bunda dela parecer grande. Eu sabia antes de olhar para o pé da garota
o que ela estava usando – botas de cowboy. Eu olhei para baixo e suspirei. Sim. Couro
marrom, salto chato, ponta estreita... botas de cowboy. Enfiado no jeans havia uma blusa
preta com mangas longas que tinha o jeito cara de algo que você acha na Saks ou Neiman
Marcus, versos a barata camiseta transparente que era cara demais da Acercrobie que
tenta fazer parecer que elas não são camisetas de vadia. Quando ela olhou para mim eu vi
que ela tinha dois furos nas orelhas com brincos prateados nelas. Ela virou e tinha em
uma mão uma blusa preta como a que ela estava usando, e um pulôver na outra mão, e
eu decidi que mesmo que o visual country dela não era para mim ela ficava meio fofa com
a mistura de chique com barato.
“Aqui está! Apenas coloque isso por cima dos jeans e você ficará pronta.”
A luz da lâmpada de cowboy brilhou contra a bordadura que estava presa no peito
do suéter que ela estava segurando. Eu levantei e peguei as duas roupas, segurando o
suéter para cima para poder ver a frente e as costas. A bordadura prateada tinha a forma
de uma espiral que fazia voltas em um circulo delicado que estava por cima do meu
coração.
“É a nossa marca,” Stevie Rae disse.
“Nossa marca?”
“Sim, cada classe – aqui eles chamam de terceiranistas, quartanistas, quintanistas, e
sestonistas – tem sua própria marca. Somos os terceiranistas, então nossa marca é o
labirinto prateado da deusa Nyx.”
“O que significa?” eu perguntei, mais para mim mesma do que para ela enquanto
passava o dedo ao redor dos círculos prateados.
“Significa um novo começo enquanto começamos a andar pelo Caminho da Noite e
aprendemos o caminho da deusa e as possibilidades de nossa nova vida.”
Eu olhei para ela, surpresa por ela de repente parecer tão seria. Ela riu um pouco
para mim e deu nos ombros. “É uma das primeiras coisas que aprendemos em Sociologia
Vampira 101. Essa é a matéria que Neferet ensina, e com certeza arrasa com as aulas
mais chatas que eu tinha em Henrietta High, o lar das galinhas lutadoras. Ugh. Galinhas
lutadoras! Que tipo de mascote é esse?” Ela balançou a cabeça e virou os olhos enquanto
eu ria. “De qualquer forma, eu ouvi que a Neferet é sua mentora, o que é realmente uma
sorte. Ela dificilmente pega garotos novos, e além de ser a Alta Sacerdotisa, ela é a
professora mais legal por aqui.”
O que ela não disse é que eu não tinha só sorte, eu era “especial” com a minha
estranha Marca colorida. O que me lembrou...
“Stevie Rae, porque você não me perguntou sobre a minha Marca? Eu quero dizer,
eu aprecio você não ter me bombardeado com perguntas, mas no caminho até aqui todos
que me viram encararam minha Marca. Afrodite mencionou no segundo que ficamos
sozinhas. Você nem olhou para ela. Por quê?”
Então ela finalmente olhou para minha testa antes de suspirar e me olhar nos olhos.
“Você é minha colega de quarto. Eu achei que você fosse falar o que está acontecendo
com você quando estivesse pronta. Uma coisa que eu aprendi crescendo numa cidade
pequena como Henrietta é que é melhor cuidar da sua vida se você quer que alguém seja
seu amigo. Bem, vamos ser colegas de quarto por 4 anos...” Ela pausou em um suspiro
entre as palavras, com a verdade feia que vamos apenas ser colegas de quarto por 4 anos
se nós duas sobrevivermos a Mudança. Stevie Rae engoliu com força e terminou
rapidamente, “Eu acho que o que estou tentando dizer é que eu quero que a gente seja
amiga.”
Eu sorri para ela. Ela parecia tão jovem e esperançosa – tão legal e normal e nem de
perto o que eu imaginei que uma garota vampira seria. Eu senti um pequeno fio de
esperança. Talvez eu conseguisse achar um jeito de me encaixar aqui. “Eu também quero
que sejamos amigas.”
“Yaay por isso!” Eu juro que ela parecia um filhotinho feliz de novo. “Mas vamos!
Depressa – não queremos nos atrasar.”
Ela me empurrou pela porta que ficava entre os dois armários antes de ir até um
espelho na mesa do computador dela e começar a escovar o cabelo. Eu me apertei para
encontrar um pequeno banheiro, e eu rapidamente tirei minha camiseta BA Tiger e
coloquei a blusa e por cima disso o suéter macio que tinha uma profunda e bonita cor de
púrpura com pequenas linhas pretas atravessando. Eu já estava pronta para voltar ao
quarto para pegar minha mochila para tentar dar um jeito no rosto e cabelo com
maquiagem e tudo mais, quando olhei para o espelho por cima da pia. Meu rosto ainda
estava branco, mas eu tinha perdido a palidez assustadora que tinha antes. Meu cabelo
parecia insano, todo selvagem e despenteado, e eu mal podia ver a linha preta que estava
acima da minha têmpora esquerda. Mas foi a Marca azul safira que chamou minha
atenção. Enquanto eu olhava para ela, cheia de uma beleza exótica, a luz do banheiro
refletiu na bordadura meu prateada que estava por cima do coração. Eu decidi que os dois
símbolos de alguma forma combinavam, embora eles tivessem formas diferentes... cores
diferentes...
Mas eu não combinava com eles? E eu não combinava com esse novo mundo
estranho?
Eu fechei os meus olhos com força e esperei desesperadamente que o que fosse que
iríamos comer no jantar (oh, por favor permita que não esteja envolvido beber sangue)
não fosse descordar do meu já problemático estomago.
“Oh não...” eu sussurrei para mim mesma, “seria bem a minha sorte tem um caso de
diarréia.”

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